Cado e eu na noite do confisco estávamos em Guaporé. Chegamos e fomos para o hotel Topo Gigio (isso mesmo, inspirado naquele programa de Tv ) na sequência nos deslocamos para uma reunião onde prospectavamos uma nova conta. Não precisa dizer que a reunião não aconteceu pois naquele dia ou seja antes de tomar posse o então Presidente e sua Ministra Zélia Cardoso tentaram conter a hiperinflação via uma medida que resultou numa das intervenções mais radicais na economia. O ato passou para a história como a principal novidade do Plano Collor. Oficialmente chamado de Plano Brasil Novo, o pacote econômico acabou reduzido, na memória nacional, ao bloqueio do dinheiro da população. Em muitos casos, economias ao longo de uma vida ficaram congeladas no Banco Central.
Com o Plano Collor, 80% de todos os depósitos das contas correntes, das cadernetas de poupança e do overnight (modalidade em que o investidor aplicava no fim do dia e recebia os juros no dia seguinte) acima de 50 mil cruzados novos foram congelados.
Voltamos de lá sem nada. É óbvio sem o que fomos buscar.
Apesar desse primeiro obstáculo nada impediu que fizessemos uma grande agência no RS. Ao lembrar daquele momento renovo minha crença numa máxima: um olho no peixe e outro no entes públicos. Sempre. Em março desse ano lá se foram vinte anos de Guaporé, do confisco. Melhor naquele ano começamos um novo negócio. Sem Bndes, sem padrinho aliás com um péssimo padastro. Não nos assustamos , pois quem nada tem não tem medo de nada. Quando os empreendedores começam a temer?
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