Reconhecimento ao talento é um exercício pouco comum por essas
bandas.
Nós outros, gaúchos, temos dificuldade de reconhecer. Esse
dualismo ,improdutivo, sempre é fruto de filtro.
O cara é da nossa turma ou da outra?
Se for da outra? Pau nele quando merece e rigoroso silêncio quando for merecedor de reconhecimento (nem falo de elogio).
Danosa tradição.
O cara é da nossa turma ou da outra?
Se for da outra? Pau nele quando merece e rigoroso silêncio quando for merecedor de reconhecimento (nem falo de elogio).
Danosa tradição.
Se for publicitário e fizer uma campanha legal? Silêncio.
Se for político e tiver um projeto legal ? Vamos achar um
furo e pau nele.
Esse escriba não acredita que crescer seja pensar igual ,
concordar e casar com pensamentos rasos só por serem iguais.
O agronegócio é um deles.
Poucos conseguem exercer uma visão crítica, para dentro e para fora, buscando o debate contemporâneo.
Um desses caras é o Nestor Hein.
O post de hoje é em homenagem a ele.
Melhor: uma homenagem a independência intelectual qualificada.
Melhor: uma homenagem a independência intelectual qualificada.
Viva o talento gaúcho do campo. Da produção.
Da produção do bom pensar , do bom dialogar.
Da produção do bom pensar , do bom dialogar.
Abaixo um texto – de 2010 - dele no espaço de outro talento. Aliás, outro talento
possível de ser ouvido na Guaíba Am de segunda a sexta depois da uma da tarde. Hoje o Hein esteve, pela manhã na Guaíba no programa do Mendelski, de tarde na Band Am no programa do Gustavo. Para variar duas excelentes participações.
Banditismo ecológico
"Seu João é proprietário rural no município de Barra do Ribeiro. Explora
exatos 54 hectares. Devido às expansões capitalistas, espasmódicas no campo,
adquiriu mais 3 hectares, pendentes de regularização. Pois bem: seu João foi
mimoseado topograficamente com dois arroios na propriedade, além de área de
encostas ou morros.
Para atender ao Código Florestal vigente, seu João deverá criar uma área de reserva legal de 20%, preservar sem plantio as encostas, onde abusadamente implantou videiras, e respeitar a mata ciliar, impedindo o acesso de animais aos arroios, pois, ao buscar a água, estes degradam a vegetação. Respeitador das leis vigentes, seu João pode utilizar apenas 52% da sua área total. É muito bom este atual Código Florestal. Por estas razões, seu João cogita aliar-se aos agrobandidos reacionários, aos seus colegas agricultores familiares que desejam mudanças na legislação e até gostaria de votar no deputado Aldo Rebelo (PC do B - SP), recém-convertido aos macrointeresses capitalistas. Em tempo: seu João acredita ser possível explorar sua enorme propriedade, com lucro e sem degradar o meio ambiente, como faz sua família há três gerações. Por derradeiro e contraditório, seu João é contra queimadas na Amazônia, anistia aos desmatadores e desconstituição total das áreas de preservação permanente. Seu João não conhece o tal de Twiter, mas já tem inúmeros seguidores, lindeiros como o seu Chico, o seu Zeca e outros tantos, vivenciando o mesmo impasse para produzir alimentos." O deliciosamente provocativo texto acima é do advogado e produtor rural Nestor Hein. Recebi muitos artigos de produtores rurais contestando o que eu escrevi sobre as mudanças propostas no Código Florestal pelo projeto do qual foi relator o deputado federal Aldo Rebelo. Outros argumentadores buscaram analisar ou pesar possíveis avanços e recuos na proposta aprovada pela Comissão Especial da Câmara de Deputados, que ainda deverá passar pelo plenário da Câmara e depois pelo Senado. Disponibilizei todo o material que me foi enviado no meu blog (correiodopovo.com.br). Não poderia, no entanto, deixar de publicar aqui um texto de representantes de cada lado, por assim dizer, dessa polêmica candente envolvendo um assunto fundamental para a sociedade brasileira. Eu havia reservado todo o espaço desta coluna para o comentário de Nestor Hein. Ele preferiu adotar um estilo contundente e rápido. Como dizia uma pessoa que conheci outro dia, a situação em Agudo está crônica. Estou falando isso, sem qualquer relação aparente com a história contada por Nestor Hein, por uma única razão. Tem as palavras crônica e agudo. Além, claro, de ser um joguinho de palavras legal. Quer dizer, bacana. Não vou me meter a julgar o mérito dos argumentos de Hein, que acolho com orgulho neste espaço. Direi apenas isto: ele daria um bom e agudo cronista. Amanhã, a palavra será de Paulo Brack. Juremir Machado. |
Imagens: aspatricias.uol.com.br; blogdovalderinodantas.blogspot.com;
blog.agenciapreview.com;jornaldocomercio.com.br
Trilha com João Almeida Neto: " O Meu País": http://www.youtube.com/watch?v=rgD61QuUa9w
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