Acompanhando um debate caloroso, no Face via
meu amigo Aldo Fontella, deu para perceber o quanto o Brasil é um país rico.
Rico na diversidade , rico no debate crítico e tendencioso.
Refiro-me, no caso, ao fato do cantor Michel Teló
ter batido um recorde impressionante.
Cem milhões de visualizações no You Tube,
hoje.
Foi o que bastou para a
grenalização dos opinantes. Confesso que nunca tinha ouvido se quer 7 acordes
do rapaz.
Dei uma navegada e encontrei uma nota
equilibrada e bem contextualizada:
Foi no 247 - http://brasil247.com.br/pt/247/brasilia247/33760/Michel-Tel%C3%B3-o-pegador-de-100-milh%C3%B5es.htm
– que “avalia, no entanto, que um ingrediente
fundamental para a virilidade global do clipe é a forma como se explora a
sensualidade feminina. É um padrão de sensualidade mais inocente e comportado
que descaminhos recentes da cultura brasileira.”
Ao assistir, ou melhor ler, o debate entre o
Aldo e seus amigos no FB lembrei do Damatta.
“O Brasil é uma sociedade interessante. Ela é
moderna e tradicional. Combinou, no seu curso histórico e social, o indivíduo e
a pessoa, a família e a classe social, a religião e as formas econômicas mais
modernas. Tudo isso faz surgir um sistema com espaços internos muito bem
divididos e que, por isso mesmo, não
permitem qualquer código hegemônico ou dominante. Assim, conforme tive
que repetir inúmeras vezes, somos uma pessoa em casa, outra na rua e ainda outra no outro mundo. Mudamos nesses espaços de modo
obrigatório porque em cada um deles somos submetidos a valores e visões de
mundo diferenciados que permitem uma leitura especial do Brasil como um todo. A
esfera de casa inventa uma leitura pessoal; a da rua, uma leitura universal. Já
a visão pelo outro mundo é um discurso conciliador e fundamentalmente moralista
e esperançoso. Entre essas três esferas,
colocamos um mundo de relações e situações formais. São as nossas festas e a
nossa moralidade, que, como disse, se fundam na verdadeira obsessão pela
ligação. E não poderia deixar de ser assim numa sociedade tão tematizada pela
divisão interna.”
Roberto
Damatta, 1986.
Na minha opinião, ou melhor nas minhas três esferas, não vejo
necessidade de um Michel Teló. Respeito os seus 100 milhões.
O chamado sertanejo universitário é ruim.
Gosto é gosto. Não se discute.
Imagem - a primeira desse post, de :Carole Feuerman,( http://www.carolefeuerman.com )
considerada uma das melhores artistas hiperrealistas do mundo, com trabalhos
expostos em alguns dos melhores museus que existem, como o Metropolitan, de
Nova York, e o Hermitage, em São Petersburgo, na Rússia.
Trilha. “`Prefiro ficar de bem bebendo com amigos...”
Aquarela, Toquinho.
Menos de 29 mil views.
Como diz um chavão: as vezes menos
é mais. Curtam.
http://www.youtube.com/watch?v=bOVNvg4-etY&feature=related
http://www.youtube.com/watch?v=bOVNvg4-etY&feature=related
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